sábado, 31 de maio de 2014

Olhar tímido



   Um dia comum. Uma tarde comum. Uma reunião de amigo comum. Tudo era igual. As mesmas conversas de sempre, os mesmos projetos. Tudo era exatamente igual aos acontecimentos anteriores. Exceto um. Dessa vez tínhamos um novo visitante. E era você.
   Seu olhar tímido provocava em mim algo inexplicavelmente prazeroso. Algo forte e terno. Gestos tímidos, meios sorrisos, palavras quase sussurradas, e o olhar. O olhar que tanto me prendeu em você.
  Você conseguia unir tudo ao olhar. E como você se expressava bem através dele. Seu olhar expressava doçura, amabilidade, simplicidade. Era intenso. Quase que penetrante. E isso era o que mais me fascinava.
   Vencendo naturalmente nossa timidez, começamos a trocar pequenas palavras. As palavras iniciais denunciavam qualquer sensação. Trêmulas. Sussurradas. Respiração descompassada. Sua voz era tão doce. Como uma doce melodia feita só para mim.

   Depois daquele dia. Depois das suas amáveis palavras e sorriso encantador. Depois do olhar mais tímido e fascinador que já vi. Nada. Nada foi igual outra vez. Tudo se fazia novo a cada olhar, a cada sorriso. Jamais esquecerei aquele dia. Pois, foi naquele dia em que descobri o quanto um olhar tímido pode ser cativante e que através dele pode surgir um grande amor. 

                                                                                         (Fernanda Muniz)